segunda-feira, 11 de maio de 2020

PROBLEMAS DE FORMAÇÃO DE ESCUMAS NO SISTEMA DE LODO ATIVADO

Guia de Resolução de Problemas para a operação de sistemas de tratamentos de efluentes por lodos ativados.

Indicações/Observações
Causa Provável
Verificar/Monitorar
Solução











1) Espuma branca, densa, com aspecto saponáceo, sobre a superfície do tanque de aeração






Lodo jovem no tanque de aeração sob sobrecarga (baixo SSTA). Nota: Esse problema ocorre normalmente durante o período de partida do reator, sendo temporário. Sem maiores problemas caso ocorra nesse período.
Verificar carga orgânica no tanque de aeração e SSVTA. Incluir qualquer carga orgânica proveniente de outras entradas tais como sobrenadante do digestor, sólidos em suspensão, etc. Calcular F/M para determinar inventário de SSTA para carga
orgânica presente.
Após calculado F/M e SSVTA necessários, pode-se verificar que F/M encontra-se alto e SSVTA encontra-se baixo. Entretanto, não descartar o lodo do processo por alguns dias ou manter uma mínima descarga, caso já iniciado o descarte.
Verificar se o efluente clarificado saindo do decantador secundário se esta arrastando sólidos. Efluente com aparência turva.
Manter RL suficiente para minimizar o arraste de sólidos durante períodos de pico de vazão. O arraste de sólidos reduz a quantidade de SSTA e
aumenta a relação F/M.

Verificar valores de O.D. no tanque de aeração,
Tentar manter taxa de O.D. entre 1,5 a 2,0 mg/l . Certificar de ocorrência de mistura completa no tanque de aeração
enquanto tenta-se manter valores de O.D.
Considerar inoculação de semente de
lodo ativado de outro reator.
Inocular com lodo ativado de outra
reator com boa operação.

Elevado descarte de lodo em excesso causando perda de lodo no processo provocando sobrecarga de carga orgânica no tanque de aeração (baixo SSTA)
Monitorar os parâmetros da ETE e sua tendência para:
a.  Redução de SSVTA
b.  Redução de idade do lodo
c.  Aumento de F/M
d.  Redução da aeração para mesmo níveis de O.D.
e.    Aumento da taxa de descarte.
Reduzir perdas/descartes diária para no máximo de 10%, até que processo atinja valores próximos aos parâmetros de controle. Aumentar taxa de retorno minimizando arraste de sólidos do decantador secundário. Manter profundidade da camada de lodo entre
30 a 90 cm no fundo do decantador.







1) Espuma branca, densa, com aspecto saponáceo, sobre a superfície do tanque de aeração


Condições desfavoráveis com resíduos tóxicos (metais ou bactericidas), deficiência de nutrientes, pH anormais,
O.D. insuficientes, baixa temperatura ou grandes variações da mesma provocando redução de SSTA.
Verificar taxa de respiração. O distúrbio é devido a tóxicos ou bactericidas se a taxa de respiração é extremamente baixa (menos de 5 mg/g.h). Coletar amostra de SSTA e testar para metais, bactérias e
temperatura.
Restabelecer nova cultura de lodo ativado. Se possível descartar o lodo tóxico do processo sem recirculação ou retorno para o processo. Se possível, obter inoculo de outra unidade.
Verificar e monitorar afluente para
variações significativas de temperatura.
Policiar descartes nas redes de efluentes/esgotos
Perda não intencional de biomassa, devido ao arraste de sólidos do decantador secundário reduzindo SSTA, causando sobrecarga no tanque
de aeração .

Verificar escoamento superficial no decantador secundário.
Consultar guia de resolução de problemas arraste de sólidos - item 1 e tabela Agrupamento e Flotação de Lodo - item 1.
Distribuição inadequada do efluente ou do retorno de lodo e conseqüente formação de espuma em um ou mais tanques de aeração.
Verificar e monitorar distribuição do efluente e RL para cada tanque de aeração. Disparidades podem causar
diferenças nas concentrações de SSTA entre os tanques.
Modificar a distribuição de modo a equalizar o efluente e RL para cada tanque de aeração. Concentrações de
SSTA, RL e O.D. devem ser uniformes para tanques múltiplos.




2) Espuma marrom escura e brilhante na superfície do tanque de aeração



Tanque de aeração aproximando-se de condições de baixa carga (Baixa F/M) devido a insuficiente descarte de lodo no processo.
Verificar e monitorar tendências para:
a.  aumento de SSVTA
b.  aumento de idade do lodo
c.  redução de F/M
d.  aumento da aeração para mesmo valores de O.D.
e.  redução dos valores de descarte.
f.  Aumento de temperatura.
Aumentar taxa de descarga para até 10% por dia até o processo aproximar- se dos valores normais dos parâmetros de operação e presença de pequena quantidade de espuma clara observada na superfície do tanque de aeração.
Verificar e monitorar o efluente e taxas de retorno de lodo para cada tanque.
Desequilíbrio pode sobrecarregar de SSTA nos tanques de aeração.

Equalizar efluente e recirculação para cada tanque de aeração.







3) Espuma grossa marrom escura na superfície do tanque de aeração






Tanque de aeração encontra-se criticamente sub-carregado.
Baixíssimo F/M devido a baixa descarga do lodo.
Verificar e monitorar tendências para:
a.  Aumento de SSVTA.
b.  Aumento de idade do lodo
c.  Redução de F/M
d.  Aumento da aeração para mesmo valores de O.D.
e.  Redução dos valores de descarte.
f.  Aumento de concentração de nitrato no efluente secundário (acima de 1,0 mg/l)
g.  Aumento na demanda de cloro no efluente secundário
h.  Redução no pH do efluente do tanque de aeração



Aumentar taxa de descarga para até 10% por dia até processo aproximar-se dos valores normais dos parâmetros de operação e presença de pequena quantidade de espuma clara observada na superfície do tanque de aeração.
Verificar e monitorar o efluente e taxas de retorno de lodo para cada tanque.
Desequilíbrio pode sobrecarregar de SSTA nos tanques de aeração.

Equalizar o efluente e recirculação para cada tanque de aeração.

3) Espuma grossa marrom escura na superfície do tanque de aeração

Entrada de escuma nos tanques de aeração
Verificar:
a.  óleos e graxas no efluente.
b.  sistema de coleta de escuma primário
Policiar lançamentos nas redes de efluentes.

Aprimorar sistema de coleta de escuma
4) Espuma oleosa escura cor bronze escuro, consistente e carregada
para decantador

Organismos filamentosos (Nocardia)

Verificar resultados de análise microscópica do licor misto.
Consultar guia de resolução de problemas tabela Formação de Lodo - número 2
5)   Espuma marrom escura, saponácea, quase preta na superfície do tanque de aeração. Licor misto com coloração escura, próximo ao preto. Odor desagradável exalado do tanque
de aeração.
Ocorrência de condições anaeróbias no tanque de aeração
Consultar guia de resolução de problemas tabela problemas de aeração
Consultar guia de resolução de problemas tabela problemas de aeração

Resíduos industriais contento corantes ou tintas

Verificar fontes do resíduo industrial

Policiar lançamentos nas redes de efluentes.

6) Pequena quantidade de espuma leve e recente cor bronze
Não caracterizado como problema. Normalmente indica um bom processo de operação com produção de efluente de boas características.



Assista ao vídeo e entenda melhor: Problemas de formação de escumas no sistema de lodo ativado




Referências:

ACQUA ENGENHARIA E CONSULTORIA. Manual de Operação – Lodo Ativado. Pirassununga, SP.

REALI, M. A. P. Noções Gerais de Tratamento e Disposição Final de Lodo de Estações de Tratamento de Água. 1 ed. Prosab; Rio de Janeiro,RJ: Rima,1999. 240 p.

VON SPERLING, M. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. 2 ed. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; Belo Horizonte, MG: Segrac, 1996. 243 p. v. 1.

VON SPERLING, M. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias. Princípios Básicos do Tratamento de Esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; Belo Horizonte, MG: Segrac, 1996. 211 p. v. 2.
  

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